O que é a Psicoterapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e como ela pode te ajudar?
- Gabriel Menezes

- 28 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de jul.

Antes de tudo, é importante ressaltar que a ACT é uma terapia comportamental contextual criada pelo psicólogo Steven Hayes e seus colaboradores. Traduzindo para o português, Uma abordagem comportamental contextual é uma forma de compreensão do ser humano que busca entender as causas do comportamento na sua
relação com o ambiente.
O que aconteceu antes dessa ação? E depois? Esse comportamento serviu para atrair alguma consequência ou afastar? Qual a história do indivíduo em questão (família, escola/trabalho, classe social, cultura, etc.). Essas são perguntas usadas para compreender como o contexto influencia o comportamento do paciente e como isso pode gerar sofrimento psicológico.
Mas então, por que aceitação? O termo em inglês “acceptance” foi cunhado pelos autores para se referir à ação de se permitir sentir experiências internas difíceis (sentimentos, pensamentos, memórias, sensações corporais).
Na cultura ocidental contemporânea, tendemos a crer que, para nos sentirmos bem, antes, precisamos nos livrar de sensações ruins. Assim, desenvolvem-se os chamados objetivos de pessoa morta (não estar triste, não sentir tanta ansiedade, não ser tão estressado). O nome vem porque a só uma pessoa morta poderia cumprir o objetivo de não sentir.
Tá. Mas por que se abrir a essas experiências internas se elas são tão dolorosas? Que bom que você perguntou! É aí que entra o tal compromisso! Do termo original “commitment”, essa parte corresponde ao ato de escolher comprometer-se com o que é precioso para você. Sejam pessoas, trabalho, hobbies ou valores (ser alguém corajoso, carinhoso)
Relacionando os dois termos, o ponto de se abrir a experiências internas difíceis se daria em prol de ir na direção que te aproxima do que é valoroso. E essa escolha seria feita mesmo que isso signifique se aproximar também do que é doloroso. (Ai vai o segredo da coisa: Normalmente, o que é valoroso e o que é doloroso andam juntos…)

Vale ressaltar: a ACT se descreve como uma abordagem transdiagnóstica. Isso significa que ela não se limita ao tratamento de uma só síndrome ou transtorno. Dessa forma, pode ajudar com diversas demandas, tais quais, depressão, ansiedade, procrastinação, problemas de relacionamento, etc.
Nossa, mas isso parece difìcíl… Será que não corro o risco de não conseguir ou me invalidar? É aí que entra um psicólogo bem treinado em ACT! É dever dessa pessoa adaptar a abordagem à sua realidade levando em conta
particularidades pessoais, sociais, culturais, etc. É dito que a prática da ACT é fora da zona de conforto, mas sempre dentro da zona de autocuidado. Dessa forma, é possível trilhar um tratamento que compreenda o acolhimento do sofrimento e a busca de uma vida valorosa em um caminho só!